Comunicado

O iminente colapso da Rua da Madalena

 

Apesar de todos os alertas, soluções alternativas e factos demonstrados pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior acerca da sobrecarga da Rua da Madalena, a Câmara Municipal de Lisboa persiste em manter o escoamento do trânsito por esta via, desde o encerramento da Rua da Prata à circulação rodoviária.

No momento, a Rua da Madalena é percorrida diariamente por uma média de 6 000 veículos, incluindo autocarros e outras viaturas pesadas. São 6 000 veículos que, todos os dias, poluem, provocam ruído excessivo, condicionam o trânsito e o acesso ao comércio e às habitações, comprometem a circulação pedonal e danificam, rapidamente e aos olhos de todos, a infraestrutura viária. A circulação pela Rua da Madalena está comprometida, bem como a preservação do edificado e a própria segurança dos cidadãos.

A Junta de Freguesia acolheu com surpresa e estupefação a informação fornecida pelo Sr. Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa de que a Rua da Madalena comportaria até 8 000 veículos por dia. Basta acompanhar o desenvolvimento acelerado da degradação do pavimento desta rua, para nos apercebermos quanto absurdo é sustentar esta ideia. A Junta de Freguesia notificou, por escrito, o município sobre a degradação desta artéria, nomeadamente para buracos e abatimentos e para o perigo que representam. No passado dia 15 de fevereiro, a convite do Presidente da Junta, o Vice-Presidente da Câmara pôde confirmar in loco a veracidade da informação remetida, assegurando uma rápida intervenção no terreno, que nada resolveu. O buraco mais preocupante, disfarçado ou atamancado por uma intervenção-relâmpago, encontrou-se novamente a descoberto, hoje de novo “remendado” e amanhã, porventura, outra vez reaberto.

O colapso da Rua da Madalena é iminente e o atual Executivo da Câmara Municipal de Lisboa insiste na estratégia de “parecer fazer” e pouco resolver. O encerramento da Rua da Prata ao trânsito foi uma boa decisão, mas, sem uma estratégia de suporte e mudanças de fundo no paradigma da mobilidade, não passará de uma medida propagandista.

A vida de quem vive e trabalha em Lisboa está cada vez mais difícil, especialmente no centro histórico. É urgente um plano de mobilidade para o centro histórico que reduza a carga rodoviária e que tenha como propósito fundamental a qualidade de vida de quem escolhe viver no coração da cidade.

 

20 de fevereiro de 2024