Confins & Chocalhadas

Enric Vives-Rubio e Rui Miguel Pedrosa

 

 

As duas primeiras exposições individuais em Portugal dos fotojornalistas Enric Vives-Rubio e Rui Miguel Pedrosa chegam agora ao público através de uma parceria entre a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a associação cultural CC11.

Os projetos mostram o olhar de cada um dos fotojornalistas que querem, através das suas lentes, levar o público a sentir os limites da solidão em tempos da pandemia e a arte ancestral mitológica do Portugal profundo.

Duas exposições aparentemente dissonantes mas complementares. Por um lado, percebemos o olhar introspetivo de Enric Vives-Rubio, que nos transporta para o passado recente do confinamento, um tempo de incertezas e receios. O seu trabalho confronta-nos com as barreiras invisíveis mas também físicas, que têm como símbolo maior a máscara que nos protegeu mas também nos separou do Outro. Sem estarem visíveis, as máscaras da pandemia estão presentes nas imagens. Com Rui Miguel Pedrosa, as máscaras são uma constante nas imagens mas aqui o olhar é outro: uma atmosfera festiva, cheia de movimento e animação que nos desvenda as figuras por detrás das máscaras, património imaterial da humanidade, que rompem com tradições seculares e patriarcais e revelam que mulheres também conquistaram o seu direito a vestir o espírito do Carnaval de Podence.

 

Exposição simultânea de fotografia de Enric Vives-Rubio e Rui Miguel Pedrosa patente de 11 de maio a 3 de junho, na Galeria Santa Maria Maior.

 

 

Enric Vives-Rubio

 

Nasceu em Barcelona em 1981 e vive em Lisboa desde 2004. Estudou fotografia no Institut d’Estudis Fotogràfics de Catalunya e fez uma pós-graduação em Fotojornalismo na Universitat Autònoma de Barcelona. Em 2004 muda-se para Lisboa onde estagiou n’O Independente e no Público e trabalhou no Correio da Manhã e no Público. Atualmente é fotojornalista freelancer, colabora em vários projetos culturais como Primeira Vez, a Orquestra sem Fronteiras, o teatro Lu.Ca, entre outros. Ao longo da sua carreira ganhou vários prémios, entre eles o Prémio Gazeta de Fotografia de 2017, com uma fotografia dos 400 carros incendiados no Festival Andanças e foi finalista do Prémio Internacional de Fotografia Humanitária Luís Valtueña, em 2006.

 

CONFINS

É um convite à reflexão sobre o território, as fronteiras e o confinamento durante a pandemia. O projeto foi inspirado pela proibição de sair do concelho de residência aos fins de semana, entre fevereiro e março de 2021. Então, Vives-Rubio percorreu a pé os limites da sua Lisboa, explorando as fronteiras físicas e naturais e refletindo sobre a solidão, restrições e vazio que surgem em situações de confinamento.

 

©Enric Vives-Rubio

 

 

Rui Miguel Pedrosa

 

Nasceu em Leiria em 1984. Fotógrafo independente desde 2008, publicou o seu trabalho em vários livros de fotografia. É autor do projecto “Um Estranho por Dia”; editor e curador do projecto “everydaycovid – diários fotográficos em estado de emergência”; e responsável oficial pelo registo documental/fotográfico do Centenário das Aparições ao Santuário de Fátima. Participou em diversas exposições coletivas, e em setembro de 2022 apresenta a sua primeira exposição individual, “Chocalhadas”, no m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento, em Leiria; também apresentada em fevereiro 2023 na Casa do Careto, em Podence, que contou com a inauguração pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

CHOCALHADAS

É um olhar sobre seres misteriosos que aparecem nas festividades carnavalescas em Portugal: os Caretos. Acredita-se que a sua origem remonta a uma sociedade secreta que gozava de liberdade e poder de castigar, destruir e provocar, com o objetivo de expurgar o mal e purificar a comunidade. A tradição inclui o uso de trajes que são passados de pai para filho e grande parte da narrativa gira em torno dos rituais de acasalamento, com o objetivo principal de “chocalhar” as moças solteiras. Os novos tempos trouxeram uma nova modernidade à tradição ancestral e agora as mulheres também fazem o mesmo, num reflexo da crescente importância da igualdade de género na sociedade ocidental.

 

©Rui Miguel Pedrosa

 

 

EXPOSIÇÕES SIMULTÂNEAS

CONFINS, Enric Vives-Rubio

CHOCALHADAS, Rui Miguel Pedrosa

Galeria Santa Maria Maior > Rua da Madalena, 147

Segunda-feira a sábado, 15h-20h

Inauguração: 11 de maio, 18h