Edição Limitada

77 fotógrafos > 77 imagens na Galeria Santa Maria Maior

 

12 de dezembro de 2024 – 18 de janeiro de 2025
Inauguração: 12 de dezembro (quinta-feira), 18h00

 

Exposição de fotografia documental e fotojornalismo marca o terceiro ano de parceria entre a CC11 e Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, com exposição patente na Galeria Santa Maria Maior.

Colaboração renovada entre a galeria de arte da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a associação cultural CC11 traz mais de 70 fotojornalistas e fotógrafos documentais a este espaço expositivo no coração da cidade, entre 12 de dezembro e 18 de janeiro.

A mostra mantém o grande objetivo das edições que lhe antecederam: consolidar a fotografia como arte nobre, merecedora da mesma valorização, investimento e estatuto de outras artes, e cujas obras devem ser perspetivadas como adquiríveis e colecionáveis.

Esta exposição conta com o apoio da Colorfoto e da Canon.

 

77 fotógrafos > 77 imagens

Adelino Meireles Agostinho Gonçalves Alberto Picco Alexandre Almeida Alina Zaharia Álvaro Isidoro Ana Baião Ana Brígida Anabela Oliveira André Ricardo António Bracons António Pedro Ferreira António Pedrosa Artur Machado Augusto Brázio Bruno Portela Carlos Costa Céu Guarda Daniel Rocha Diana Tinoco Fernando Corrêa dos Santos Fernando Peres Rodrigues Fernando Ricardo Fernando Veludo Filipe Pombo Gonçalo Lobo Pinheiro Hermano Noronha Igor Martins Inácio Ludgero João Barata João Barrinha João Carlos João Lima João Mariano João Marques Valentim João Miguel Rodrigues José Carlos Carvalho José Farinha José Manuel Ribeiro José Mesquita José Santos Julião Leonardo Negrão Leonel de Castro Lucília Monteiro Luís Ramos Luisa Ferreira Manuel Moura Marc Schroeder Mário Vasa Marisol González Masayuki Kondo Matilde Fieschi Miguel A. Lopes Natacha Cardoso Nuno Ferreira Santos Nuno Pinto Fernandes Paula Arinto Paulo Alexandrino Paulo Cunha Paulo Duarte Paulo Figueiredo Paulo Nunes dos Santos Paulo Petronilho Paulo Plaza Paulo Vaz Henriques Pedro Rocha Polly Hummel Reinaldo Rodrigues Ricardo Pinto Reis Rodrigo Cabrita Rúben Neves Rui Gaudêncio Rui Miguel Pedrosa Rui Minderico Sara Matos Susana Paiva Tiago Petinga

 

Recorte e partilha da textura de um possível real

Escreveu o tecnólogo sombrio, visionário distópico e cavaleiro perdido na demanda pela total liberdade da informação no território digital Bruce Sterling, que “(…) a verdade é muitas vezes fantástica”.

Alcançando mesmo o patamar do altruísmo, raro nele, Sterling guia-nos, defendendo que “como na relatividade einsteiniana, tudo muda com o dispositivo de enquadramento escolhido”.

Nas paredes das salas que a este texto se sucedem, fixadas num momento de duração fugaz e num recanto do mundo que pode ser todo o lugar, estão tantas das muitas imagens com que alguns perseguidores utópicos tentam o recorte e fixação de um retalho do real que os cercou.

Se mais nada fossem estes recortes imagéticos, e são tanto, seriam os testemunhos perfeitos da proposta teórica com que Sterling nos quer assaltar.

A todo o momento mesmo ao nosso lado, cruzam pela nossa frente carros que conduzem o inferno na terra, pedras de vigília a casas, segredos paroquiais, viajantes esmagados pela natureza e tantos e tantos retalhos que provam sem dúvida metódica que a vida, o mundo, os encontros criados por uma das nossas passagens e tantas outros contactos, interferências e rompimentos do quotidiano são fantásticos e estranhos.
Não nos deve interessar muito discutir se são fixações do real.

O real não existe, existe apenas o que Sterling chama de “dispositivo de enquadramento escolhido”, que aqui é o olhar e a máquina do perseguidor, que transforma algo que se deu em algo que recortado para sempre se eleva ao que passa a ser tudo o que naquela paragem e naquele momento aconteceu.

O que nos deve interessar muito, no que descobrimos a tornar vivas as paredes que se seguem, é o recorte e a sua textura.

O recorte é o princípio do percurso da partilha.

A textura é a história inundada de pormenores do que foi recortado.

O recorte, isto é, a partilha, é ser-nos dado o privilégio de ver o quanto fascinante é o mundo por que passamos.

A textura, isto é, a narrativa fixada no recorte, é ser-nos dada a entrega de uma história para decifrar.

Sendo este o reino maravilhoso trazido a estas paredes, são quase incontáveis os argumentos para o levarmos para as nossas paredes.

José Vegar

Jornalista de investigação e autor publicado

 

 

GALERIA SANTA MARIA MAIOR

Rua da Madalena, 147

Inauguração: 12 de dezembro, 18h

Patente até 18 de janeiro*, de segunda-feira a sábado, 15h00-20h00

Entrada livre.

 

*Consulte o evento e redes sociais da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e da Galeria Santa Maria Maior para perceber os condicionamentos de horário/abertura na época festiva.