Ponto 3 – Rua do Capelão

 

Destino. Talvez comece onde nascemos. O de Fernando Maurício começou na Mouraria, na Rua do Capelão – daí que Conde de Sobral arranque a glosa escrevendo o nome do bairro e da rua. A certidão do destino. No mesmo local nasceu Severa, que é como quem diz: nasceu o Fado. E é lá que ele continua a ser tradição e onde não se consente que exista quem ponha mais devoção quando se fala do berço. O fado é o meu bairro, foi Fernando Maurício quem o disse. E isto tem tudo que ver com o destino.

Ricardo Gonçalves Dias

 

O MEU BAIRRO

Eu nasci na Mouraria
Na rua do Capelão
Onde a Severa vivia
Onde o Fado é tradição

Se o destino está marcado
E só por ele vivemos
O bairro onde nascemos
Também lhe anda ligado

Não me sinto mal fadado
Nem maldigo a condição
Que desde o berço é razão
Desta minha nostalgia
Eu nasci na Mouraria
Na rua do Capelão

Por ser assim fatalista
Fiz da minha alma escrava
Da saudade que pairava
Nesse bairro tão fadista

E não consinto que exista
Quem ponha mais devoção
Mais alma, mais coração
Ao cantar a Mouraria
Onde a Severa vivia
Onde o Fado é tradição

Conde de Sobral

 

 

 

Lisboa Mauriciana

 

Roteiro mauriciano que nos conduz num percurso pontilhado entre o coração de Alfama e a Mouraria fadista. Da palmeira à guitarra, passando pelo cruzeiro do adro da Igreja Santo Estêvão e pelo sótão da Amendoeira, de olhos postos no Tejo, pensando a cidade, conhecendo ou relembrando a vida e obra do Rei sem Coroa, Fernando Maurício.

Em cada ponto, um poema. Em cada poema, um Fado, uma relação com o espaço, uma pista sobre Maurício.

Lisboa Mauriciana é um projeto da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior que presta homenagem ao Rei do Fado e que se complementa com o busto erguido em 2014 pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, na Rua da Guia, e com a Casa-Museu Fernando Maurício, equipamento cultural gerido pela Junta de Freguesia desde 2015.

 

 

 

 

CASA-MUSEU FERNANDO MAURÍCIO  |  LISBOA MAURICIANA