Dia Aberto da PSP
22/05/2025
palavrio
(pa·la·vrio)
substantivo masculino
1. Diz-se do ato de palavrear;
2. Discorrer palavras;
3. Submergir-se em letras;
4. Conversa infindável;
5. O teor de uma história e a forma de a contar;
6. Discussão, debate.
Em 2024, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior deu o primeiro passo para a criação de um festival literário no coração da cidade e iniciou assim o PALAVRIO.
“O território de Santa Maria Maior está indissociavelmente ligado ao melhor que a literatura portuguesa tem produzido, nos últimos séculos, quer no domínio da produção literária, quer no domínio da fruição. Este território foi cenário de alguns dos grandes clássicos da literatura portuguesa, foi local de algumas das mais célebres tertúlias literárias, albergou e alberga algumas das livrarias mais históricas e marcantes do nosso país – desde logo, a que dizem ser a mais antiga livraria do mundo.” – quem o afirma, associando a iniciativa ao espaço histórico e geográfico, é Ricardo Gonçalves Dias, vogal do Executivo da Junta com o pelouro da Cultura e que coordena a realização do festival.
À vontade de trazer a Santa Maria Maior grandes autores, grandes obras e grandes discussões, junta-se a expertise de Manuel Alberto Valente, um nome maior da edição portuguesa, a quem cabe, novamente, a curadoria do festival.
Na última edição, as mesas literárias foram ricas e variadas nos participantes, com grandes nomes da literatura nacional, e nos temas em discussão. Este ano, a segunda edição traz grandes novidades e nomes muito conhecidos do público.
SEXTA-FEIRA, 9 DE MAIO
21h30
Qual é a urgência de produzir o inútil?
João Tordo | Conversa com Ricardo Gonçalves Dias
Fundação José Saramago, Rua dos Bacalhoeiros, 10
SÁBADO, 10 DE MAIO
15h30
33 anos encantado pelo Fado
Tiago Torres da Silva
Fadista convidada: Joana Amendoeira e músicos
Casa de Fado Fama D’Alfama, Rua do Terreiro do Trigo, 80
17h30
O Mundo numa história
Mesa-redonda com Ana Bárbara Pedrosa, Djaimilia Pereira de Almeida, Francisco José Viegas e João de Melo
Abreu Advogados, Auditório, Cais da Lingueta
19h00
Luiz Pacheco passeia por todo o papel (1925-2025)
Carlos Cabral Nunes, Diretor da Casa da Liberdade – Mário Cesariny e Presidente da Direção do Coletivo Multimédia Perve
Ana da Silva, Investigadora do Instituto Politécnico de Santarém, trabalhou diretamente com Luiz Pacheco, organizou e cedeu o seu espólio à Casa da Liberdade – Mário Cesariny
Rui Sousa, investigador responsável pelo projeto do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da FLUL
Abreu Advogados, Auditório, Cais da Lingueta
DOMINGO, 11 DE MAIO
11h30
Centenas de vozes
Francisco Mota Saraiva | Conversa com Ricardo Gonçalves Dias
Museu do Fado, Auditório Ruben de Carvalho, Largo do Chafariz de Dentro, 1
15h30
O mundo da literatura infanto-juvenil
David Machado, Maria Inês Almeida e Sara Rod
Abreu Advogados, Auditório, Cais da Lingueta
17h00
Poetas do Mundo
Com João Fernando André (Angola), Jorge Reis-Sá (Portugal), Lauren Mendinueta (Colômbia), Ozias Filho (Brasil) e Ustad Fazal (Afeganistão)
Abreu Advogados, Auditório, Cais da Lingueta
18h30
José Saramago – Homem-Rio
Sérgio Letria convida Inês Fonseca Santos
Abreu Advogados, Auditório, Cais da Lingueta
ANA BÁRBARA PEDROSA | Romancista e cronista portuguesa.É autora dos romances Lisboa, chão sagrado (2019), Palavra do Senhor (2021) e Amor estragado (2023). Colabora com crónicas no jornal Mensagem de Lisboa e críticas literárias no Observador, tendo também publicado textos em diversos órgãos de imprensa. Trabalhou durante vários anos como linguista. É doutorada em Ciências Humanas, mestre em Estudos Portugueses, pós-graduada em Linguística e em Economia e Políticas Públicas, e licenciada em Línguas Aplicadas. Viveu e estudou em Portugal, no Brasil e nos Estados Unidos.
ANA DA SILVA | Investigadora do Instituto Politécnico de Santarém, Ana da Silva colaborou diretamente com o escritor Luiz Pacheco. Foi responsável pela organização e cedência do espólio de Pacheco à Casa da Liberdade – Mário Cesariny, contribuindo significativamente para a preservação e estudo da obra deste autor.
CARLOS CABRAL NUNES | Curador e amigo próximo de Mário Cesariny, Carlos Cabral Nunes é diretor da Casa da Liberdade – Mário Cesariny e presidente da direção do Coletivo Multimédia Perve. Tem desempenhado um papel fundamental na preservação e divulgação do legado de Cesariny, promovendo exposições e iniciativas culturais que celebram a liberdade artística e a criatividade.
DAVID MACHADO | Escritor e argumentista, estreou-se em 2006 com O Fabuloso Teatro do Gigante, e desde então tem publicado romances, contos e literatura para a infância. Em 2015 venceu o Prémio da União Europeia para a Literatura com Índice Médio de Felicidade, obra adaptada ao cinema por Joaquim Leitão. A sua escrita, atravessada por humor, empatia e sentido crítico, conquistou leitores de várias gerações. Na literatura infantil, destacam-se títulos como A Noite dos Animais Inventados (Prémio Branquinho da Fonseca) e O Tubarão na Banheira. As suas obras estão traduzidas em diversas línguas.
DJAIMILIA PEREIRA DE ALMEIRA | Nasceu em Luanda, cresceu na zona de Lisboa. Escreve no cruzamento entre memória e identidade. Autora de uma obra marcada pela delicadeza do detalhe e pelo questionamento da herança colonial, estreou-se com Esse Cabelo (2015), um romance autobiográfico, a que se seguiu Luanda, Lisboa, Paraíso (2018), A Visão das Plantas (2019), Maremoto (2021) e Aos teus pés (2023). Doutorada em Teoria da Literatura, foi cronista na Folha de São Paulo e colaboradora de várias publicações. O seu trabalho foi distinguido com múltiplos prémios, entre os quais o Prémio Fundação Eça de Queiroz e o Prémio Oceanos. É Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. A sua escrita desafia as fronteiras entre géneros, geografias e tempos.
FRANCISCO JOSÉ VIEGAS | Nascido junto ao Douro, tem dividido a vida entre jornalismo, literatura e política cultural. Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, foi professor universitário, editor e diretor das revistas Ler e Grande Reportagem. Enquanto escritor, é sobretudo conhecido pelos seus romances policiais protagonizados por Jaime Ramos, figura melancólica e mordaz, que percorre as ruas do Porto entre crimes e memórias. Entre os seus títulos mais marcantes estão Longe de Manaus (2005), O Mar em Casablanca (2009) e A Luz de Pequim (2019). Viegas foi Secretário de Estado da Cultura (2011-2012) e continua a ser uma voz crítica e influente no panorama literário português. A sua escrita cruza géneros e registos, num diálogo permanente com a realidade.
FRANCISCO MOTA SARAIVA | Licenciado em Direito pela Universidade Nova de Lisboa e mestre em Direito e Gestão pela Nova School of Business and Economics, tem conciliado a carreira de jurista e consultor com a escrita. Em 2023, venceu o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís com o seu romance de estreia, Aqui Onde Canto e Ardo, publicado pela Gradiva em 2024. No ano seguinte, foi distinguido com o Prémio Literário José Saramago pelo inédito Morramos ao menos no porto, que será publicado em breve pela Porto Editora. Estas distinções consolidam-no como uma das vozes emergentes da literatura portuguesa contemporânea.
INÊS FONSECA SANTOS | Nascida em Lisboa, Inês Fonseca Santos é licenciada em Direito e mestre em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Tem desenvolvido trabalho como escritora e jornalista, com destaque para a literatura infantojuvenil. É autora de uma obra diversificada que abrange diferentes géneros e públicos. Salientam-se os livros infanto-juvenis António Variações: Fora de Tom (2021) e A Palavra Perdida (2014), nomeado para os Prémios Autores de 2016, a curta-metragem As Casas Não Morrem (2014), a série televisiva Os Livros (2016), que explora o universo literário e os seus protagonistas, a obra Grandes Animais e o livro infanto-juvenil. Inês Fonseca Santos tem participado ativamente no panorama cultural português, coapresentando a 10.ª Edição dos Prémios Autores em 2019, uma cerimónia que celebra a excelência nas artes e letras em Portugal.
JOÃO DE MELO | É um dos mais destacados escritores da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra, que abrange romance, conto, poesia e ensaio, explora com profundidade temas como a memória, a guerra colonial, a insularidade e a identidade portuguesa. É autor de Gente Feliz com Lágrimas (1988), romance multipremiado e traduzido em várias línguas, considerado uma referência incontornável da narrativa portuguesa. Entre as suas obras mais relevantes contam-se ainda Autópsia de um Mar de Ruínas, O Meu Mundo Não É Deste Reino, As Coisas da Alma e Livro de Vozes e Sombras. Foi conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Espanha, onde criou e dirigiu a Mostra Portuguesa, o maior evento de promoção cultural nacional fora de fronteiras. Recebeu, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, o Prémio Eça de Queirós, o Prémio Fernando Namora e o Prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da sua obra. Está condecorado com as Ordens de Santiago da Espada e do Infante D. Henrique.
JOÃO FERNANDO ANDRÉ | Conhecido como “Kalunga”, João Fernando André nasceu na Cahama, Angola. É professor, escritor e jornalista cultural. Mestre em Literaturas em Língua Portuguesa pela Universidade Agostinho Neto e especialista em Avaliação de Português Língua Estrangeira pela Universidade de Lisboa. Autor de obras como Evangelho Bantu e Lumbu – a alquimia das palavras. Vice-Presidente da Associação Angolana de Prosadores e Poetas e membro da União dos Escritores Angolanos.
JOÃO TORDO | Escritor português reconhecido pela sua vasta contribuição para a produção literária contemporânea, estreou-se em 2004 com a publicação do romance O livro dos homens sem luz. Aprofundou os estudos em Jornalismo e Escrita Criativa em Londres e Nova Iorque. É também guionista, cronista e formador. A sua obra, composta por mais de uma dezena de romances, valeu-lhe distinções como o Prémio Literário José Saramago em 2009, pelo romance As Três Vidas, o Prémio Fernando Namora, em 2021, com o romance Felicidade, e o Prémio Jovens Criadores, em 2001. Em 2019, foi finalista do Prémio de Narrativa do PEN Clube Português e do Prémio Oceanos. Além disso, foi finalista de prémios como o Portugal Telecom e o Prémio Literário Europeu. Destacam-se ainda obras como O Bom Inverno, Felicidade e Águas Passadas. Está publicado em vários países. sua ficção atravessa o mistério, o quotidiano e a memória, sempre com uma atenção rara ao detalhe e ao modo como o passado e o invisível moldam as escolhas do presente.
JORGE REIS-SÁ | Natural de Vila Nova de Famalicão, Jorge Reis-Sá é escritor e editor. Licenciado em Biologia, foi editor das Quasi Edições e diretor editorial na Babel. Colaborou com diversas editoras e instituições culturais. Autor de poesia, ficção e não-ficção, publicou obras como Todos os Dias, A Definição do Amor, A Hipótese de Gaia (Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca, 2023) e Prado do Repouso – Poesia Reunida (Prémio Fundação Inês de Castro, 2024). Organizou várias antologias e apresentou o programa televisivo 1000 Vezes Camões.
LAUREN MENDINUETA | Nascida em Barranquilla, Colômbia, é uma poeta, ensaísta e tradutora reconhecida pela sua contribuição à literatura contemporânea em língua espanhola. Iniciou a sua carreira literária em 1997 enquanto trabalhava como bibliotecária numa pequena vila colombiana. Publicou várias obras de poesia, incluindo La vocación suspendida, que lhe valeu o VI Certame Internacional de Poesia Martín García Ramos em 2007, e Del tiempo, un paso, distinguido com o VIII Prémio Internacional de Poesia César Simón da Universidade de Valência em 2011. Além da poesia, escreveu a biografia Marie Curie, dos veces Nobel e traduziu obras de autores portugueses para espanhol, como Nuno Júdice e Ana Luísa Amaral. Atualmente, reside em Lisboa, onde continua a desenvolver o seu trabalho literário e a promover a poesia ibero-americana.
MANUEL ALBERTO VALENTE | Curador do Palavrio, é um dos mais reputados editores portugueses, com um rasto literário difícil de comparar. Após uma breve passagem pelo jornalismo, dedicou a sua carreira ao setor editorial. Foi diretor editorial das Publicações Dom Quixote (1981-1991), diretor-geral das Edições Asa (1991-2008) e, em 2008, assumiu o cargo de diretor editorial da Porto Editora, posição que ocupou até 2020. Além de colaborar em diversos órgãos de comunicação social, atualmente é cronista do semanário Expresso, onde relata episódios e memórias de uma vida como editor. Publicou vários livros de poesia: Cartas para Elina (1965), Viola Interdita (1970), Os Olhos de Passagem (1976), Sete (Desen)cantos (1981) e Poesia Reunida – O Pouco Que Sobrou de Quase Nada (2015), estando representado em diversas antologias nacionais e internacionais. Em abril de 2025, com o mote “25 mulheres nascidas depois do 25 de Abril” e a propósito dos 50 Anos do Dia da Liberdade, lançou Poesia, Substantivo Feminino, antologia que pretende oferecer um panorama abrangente do que é a poesia portuguesa escrita por mulheres nascidas depois do 25 de Abril de 1974. Foi agraciado pelo governo francês com o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, em 2008, e recebeu a Ordem de Isabel a Católica pelo Reino de Espanha, em 2021, “por toda a sua relevante trajetória e apoio aos autores e, em geral, à literatura em espanhol”.
MARIA INÊS ALMEIDA | Escritora portuguesa especializada em literatura infantojuvenil. Licenciada em Jornalismo pela Universidade Católica Portuguesa, recebeu o Prémio Revelação do Clube de Jornalistas em 2005. Inspirada pelos seus filhos, publicou cerca de 65 livros dirigidos a crianças e jovens. Destacam-se obras como Diário de uma Miúda Como Tu, uma coleção que aborda os desafios do crescimento, e Carta aos Líderes do Mundo, coautoria com Flávia Lins e Silva, que reflete sobre questões ambientais e sociais. Os seus livros foram traduzidos para várias línguas, incluindo chinês, inglês, alemão e espanhol. Além da escrita, colaborou com o jornal Correio da Manhã e com a RTP2, contribuindo para programas direcionados ao público infantil.
OZIAS FILHO | Nascido no Rio de Janeiro, Ozias Filho é poeta, fotógrafo, jornalista e editor. Como poeta, publicou diversas obras, incluindo Poemas do Dilúvio (2001), Páginas Despidas (2005), O Relógio Avariado de Deus (2011) e Insulares (2014). A sua escrita caracteriza-se por uma linguagem introspectiva e imagética, explorando temas como a existência e a memória. No campo da fotografia, Ozias Filho tem participado em várias exposições individuais e coletivas, destacando-se “QUASINVISÍVEL”, integrada na iniciativa Passado Presente – Lisboa Capital Ibero-Americana de Cultura 2017, e “Por estes dias o mar tem dentes”, apresentada na Pequena Galeria, em Lisboa. O seu trabalho fotográfico complementa a sua produção literária, criando um diálogo entre imagem e palavra. É fundador e editor das Edições Pasárgada, através das quais tem promovido a publicação de obras literárias e fotográficas. A sua trajetória em Portugal tem sido marcada por uma constante exploração das interseções entre literatura e fotografia, consolidando-o como uma figura relevante no panorama cultural luso-brasileiro.
RICARDO GONÇALVES DIAS | Vogal do Executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior com o pelouro da Cultura, a par de outros pelouros de grande relevância, e escritor publicado. Em 2013, venceu o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian com a obra O primeiro país da manhã e, em 2015, foi selecionado para o Prémio Jovens Criadores na área da Literatura com 4ª Classe. Publicou, em 2023, a obra Marcha de Alfama – A história da força de quem canta, onde cruza a história deste “fenómeno cultural” que é “o motor sentimental do bairro” com a vida de um dos bairros mais antigos de Lisboa, num livro que, pela primeira vez, descreve o percurso de uma Marcha Popular. Em dezembro passado, venceu a Mostra Nacional de Jovens Criadores IPDJ/Gerador, na categoria de Literatura, com a obra Os Gonzaga.
RUI SOUSA | Investigador associado ao Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), Rui Sousa tem desenvolvido trabalhos na área das literaturas de língua portuguesa, com enfoque em temas como identidade, memória e interculturalidade.
SARA RODI | Escritora e argumentista portuguesa, iniciou a sua carreira literária em 2000 com os romances Frio e A Sombra dos Anjos. Destaca-se na literatura infantojuvenil com coleções como As Gémeas — continuação autorizada da série de Enid Blyton — e Escola das Artes. No romance histórico, é autora de D. Estefânia – Um Trágico Amor, D. Teresa de Távora – A Amante do Rei e O Quanto Amei – Fernando Pessoa e as Mulheres da Sua Vida. Como guionista, participou em diversas produções televisivas, incluindo Morangos com Açúcar, Bem-vindos a Beirais e Massa Fresca, esta última da sua autoria. Fundou a empresa O Livro da Minha Vida, dedicada à criação de biografias personalizadas, e é cofundadora do movimento cívico Por Uma Escola Diferente. Mãe de quatro filhos, partilha experiências parentais no blogue Coisas de Pais.
SÉRGIO LETRIA | Gestor cultural, é, desde 2012, diretor da Fundação José Saramago, instituição dedicada à promoção da cultura, dos direitos humanos e da literatura. Tem desempenhado um papel ativo na divulgação da obra de José Saramago, tanto em Portugal como internacionalmente. Em 2019, apresentou em Maputo, Moçambique, dois livros do autor no âmbito do Festival de Teatro “Ahoje é Ahoje”. Além disso, participa em entrevistas e debates sobre cultura e sociedade, como no programa Os Filhos da Madrugada, onde discutiu a sua trajetória profissional e visão política e social.
TIAGO TORRES DA SILVA | escritor, poeta, letrista, encenador e produtor. Embora formado em Engenharia Zootécnica, dedicou a sua carreira ao teatro e à música. Iniciou-se no teatro como assistente de encenação de João Lourenço e estreou-se como autor com a peça “Alguém me Sabe Dizer se Estou Vivo!?” no Teatro Nacional D. Maria II. Como letrista, colaborou com artistas como Celeste Rodrigues, Carminho, Ricardo Ribeiro, Elba Ramalho e Maria Bethânia. É autor de vários livros, incluindo Ponto de Partida e Dez Cartas para Al Berto. Foi amigo próximo da fadista Amália Rodrigues e escreveu o espetáculo teatral “Bibi Vive Amália”, protagonizado pela atriz brasileira Bibi Ferreira, que homenageia a vida e obra de Amália. Além disso, escreveu para várias fadistas, incluindo Maria João Quadros e Joana Amendoeira. Com Joana Amendoeira, colaborou no álbum “Muito Depois” (2015), que contou com a participação de músicos como Pedro Amendoeira e Paulo de Carvalho. Tiago Torres da Silva também escreveu letras para músicas de fado tradicional no projeto infantil “Brincar aos Fados” (2014), ao lado de artistas como Celeste Rodrigues e Camané. A sua obra reflete uma dedicação contínua ao fado, tanto na escrita de letras como na produção de espetáculos que celebram este património cultural português.
USTAD FAZEL SAPAND | Natural de Herat, Afeganistão, é um poeta e músico que encontrou refúgio em Portugal. Estudou em Cabul e, atualmente, reside em Lisboa, onde atua como músico e professor. Especialista em música clássica indiana, domina instrumentos como o sitar, rubab, tablas e harmonium. Em Portugal, tem desempenhado um papel crucial na divulgação da cultura afegã, tanto através da música como da oralidade poética. Integrou projetos musicais que unem diferentes tradições culturais. Destaca-se a sua participação no espetáculo “Infinitamente Vazio: Homenagem a Nadia Anjuman”, promovido pelo Festival de Poesia de Lisboa ou a colaboração com o músico Jamal Hashemi, evidenciando a riqueza da música afegã em território português.