3ª Grande Corrida de Ano Novo
02/10/2024
Exposição de Tomaz Hipólito
6 a 29 de junho
A Galeria Santa Maria Maior promove, entre 6 e 29 de junho, a exposição Tension, de Tomaz Hipólito. Com formação em arquitetura, o artista plástico residente em Santa Maria Maior atribui uma importância simbólica às ocupações e transformações do espaço, à sua conceção e à relação entre a matéria ocupante – sujeito ou peça – e o espaço que ocupa e, nessa ocupação, transforma.
Sinopse:
Tension aborda as questões do espaço, a sua ocupação e transformação. Envolve mapear o gesto de forma a criar um novo território, intervalo, situado entre a subjetividade e a experiência que daí ocorre. Múltiplos media são usados, como a fotografia, vídeo, performance, pintura e desenho para melhor revelar o conceito de cada trabalho. Assim, todo o processo torna-se parte do trabalho. Como os gestos, todos os trabalhos são únicos.
Tension: equilíbrios frágeis
Nos útimos 30 anos a relação do Homem com a Natureza vem-se tornando cada vez mais tensa e complexa. Se, por um lado, sabemos mais e possuímos maior preparação; por outro, poluímos incomparavelmente mais e esgotamos mais recursos. O ser humano é efectivamente contraditório e a tensão entre espaço individual e espaço colectivo é um enorme desafio à inteligência e à gestão de recursos, assim como ao bom senso e ao respeito pela Natureza e pelo Outro, nos seus respectivos lugares e singularidades.
Tension é o título desta intervenção de Tomaz Hipólito que, uma vez mais, convida o espectador a reflectir sobre estas relações desafiadoras, ao propôr peças polarizadoras e evocativas destas problemáticas, concretamente, madeira e objectos produzidos industrialmente, como os cabos de poliéster que pontuam as composições e o próprio espaço da galeria. Marshall Berman, na obra All that is solid melts into air: the experience of modernity (1982), debruçou-se precisamente sobre a modernidade na sua permanente desintegração e (re)integração, extrapolando para a condição do indivíduo que faz efectivamente parte de um universo no qual “tudo o que é sólido se dissolve no ar”. E situamo-nos, por conseguinte, nas ideias de estilhaçamento, dissolução e desejável reintegração e equilíbrio. Talvez numa espécie de utopia capaz de tornar o presente mais habitável.
Os cabos negros ligam todo o espaço, tiram-lhe a temperatura, medem-no e, por fim, perfuram as peças de madeira parcialmente pintadas de negro. Destaca-se ainda uma mandala de madeira, também com o exterior das peças coloridas a negro. Mandala significa “círculo” e trata-se precisamente de uma representação geometrizante e metafórica da relação entre o Homem e o Cosmos. O desenho circula ainda pelos ramos de árvores que deixaram a sua forma abandonada no espaço. Eventualmente, num qualquer esquecimento distópico. Encontramos nestes aspectos uma organicidade que confere coerência ao conjunto de trabalhos apresentado. E, recordando as palavras de Claes Oldenburg, em 1961 «Sou a favor de uma arte que seja político-erótico-mística, que faça algo mais do que sentar o rabo num museu. (…) Sou a favor de uma arte que conte o clima do dia, ou onde fica esta ou aquela rua», a arte desperta consciências e contribui, a seu modo, para mudanças urgentes e necessárias. Antes que seja tarde demais.
Isabel Nogueira
Biografia Artística:
Tomaz Hipólito (n. 1969 Lisboa, Portugal) vive em Lisboa. Estudou arquitetura. Entre outros prémios e bolsas, em 2023, o artista foi galardoado com o 1º Lugar do Prémio Santander Arte Edifício dos Leões em Portugal. O seu trabalho foi exibido em diversos contextos e locais do mundo, incluindo a Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Seul, a Fundação Emily Harvey em Nova Iorque e La Tabacalera em Madrid.
Fez algumas residências artísticas, como na Gyeonggi Creation Center na Coreia do Sul e a Residency Unlimited em Nova Iorque. Desde 2010 que expõe regularmente entre Seul e Nova Iorque, mas também em Portugal, em vários espaços conhecidos, como no Projeto de Pedro Cabrita Reis na Associação 286 (Faro) e nos Açores, com Nature Remains no Festival Atlantis, Sete Cidades, S. Miguel, Festival Walk and Talk, Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas e finalmente em Lisboa na Brotéria, Teatro Thalia, Museu Coleção Berardo, Galeria Cristina Guerra e Appleton Square, entre outros.
O trabalho de Tomaz Hipólito está representado em várias coleções de arte públicas e privadas, e continua a envolver-se na exploração instigante do espaço e da experiência resultante desse gesto.
Prémios, Residências e Apoios:
2023 Prémio – Santander Arte Edifício dos Leões Prémio (Primeiro Lugar), Portugal
2023 Prémio – Monovisions Photography Award (Honorable Mention)
2019 Prémio – Amadeo de Souza Cardoso Prémio (Finalista), Portugal
2017 Prémio – Loop Festival Prémio (Finalista), Portugal
2019 Apoio – Artista Convidado Seoul Biennale of Architecture and Urbanism, South Korea
2019 Apoio – Ministério da Cultura – Direcção Geral das Artes, Portugal
2018 Apoio – Arts Council Korea, South Korea
2016 Apoio – Gyeonggi Cultural Foundation, South Korea
2011 Apoio – ES Investment Bank, New York
2011 Apoio – Hunter College, New York
2016 Residência Artística – Gyeonggi Creation Center, South Korea
2014 Residência Artística – Carpe Diem, Art and Research, Lisboa
2011 Residência Artística – Residency Unlimited, New York
Seleção de Exposições e Projetos:
2022 draw_26 – What was, now becomes, Brotéria, Lisboa
2022 draw_25 – Nature Remains – Atlantis Festival, Sete Cidades, Açores
2022 draw_24 – Artists on Stage – Museu Teatro Romano, Lisboa
2022 chroma – Geumgang Nature Art Biennale, South Korea
2022 draw_23 – Festival Planalto, Moimenta da Beira, Portugal
2022 REMAINS – Tomaz Hipólito Atelier, Lisboa
2022 draw_22 – Teatro Thalia, Lisboa
2021 DEVOLUTION – Carpintarias de São Lázaro, Lisboa
2021 First Come, First Served – Tomaz Hipólito Atelier, Lisboa
2020 Revista Umbigo Projeto – Tomaz Hipólito + Cristina Ataíde, Lisboa
2020 MAP – Berardo Collection Museum, Lisboa
2020 Prémio Amadeo de Souza-Cardoso – Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante
2019 draw_20 – Appleton [BOX], Lisboa
2019 draw_19 – Artista convidado Seoul Biennale of Architecture and Urbanism, South Korea
2019 reset_02 – Emily Harvey Foundation, New York
2018 set_04 – Space Willing N Dealing, Seoul
2018 draw_17 – Projecto de Pedro Cabrita Reis na Associação 286, Faro
2018 paper_04 – ESCALA 1:1, Tabacalera, Madrid
2018 set_03 – Festival Exquisito, Lisboa
2017 reset_01 – Porta 14, Lisboa
2017 map_02 – BoCA – Biennial of Contemporary Arts, Lisboa
2017 diorama_01 – Museu Nacional de História Natural e Ciência, Lisboa
2017 object_10 – Festival Walk and Talk, Açores
2016 map_01 – Rooster Gallery, New York
2016 draw_07 – Gyeonggi Creation Center, South Korea
2015 rebuild_03 – Travessa da Ermida, Lisboa
2015 Level_02 – Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, Açores
2014 level_03 – Appleton Square, Lisboa
2013 reset_00 – Galeria Cristina Guerra, Lisboa
2013 draw_05 – Projecto REDE Trienal de Arquitectura de Lisboa
2013 merge_06 – Rooster Gallery, New York
2012 layer_07 – Elastic-City, New York
2012 chroma_04 – ARCO Art Fair, Madrid
2012 persona_09 – Sonnabend Gallery, New York
2011 draw_03 – Appleton Square, Lisboa
2011 rebuild_00 – Emily Harvey Foundation, New York
2011 reflex_01 – Abrons Arts Center, New York
2011 layer_06 – Hunter College, Leubsdorf Gallery, New York
2011 layer_01 – Lumen Festival, New York
2011 layer_02 – Arte Institute, New York
2010 poem_01 – Emily Harvey Foundation, New York
Inauguração: 6 de junho, 18h00
Patente até 29 de junho, de segunda-feira a sábado, 15h00-20h00
Galeria Santa Maria Maior > Rua da Madalena, 147
Entrada gratuita