Equipamento cultural da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior que reúne o espólio doado por António da Piedade e inventariado pelo Museu do Fado, responsável pelo trabalho museográfico.

A Casa-Museu Fernando Maurício reúne a discografia completa do fadista, filmes de arquivo com atuações ao vivo e entrevistas. Localizada no coração da Mouraria, na Rua João do Outeiro, a Casa-Museu é uma ode a Fernando Maurício, local onde é possível percorrer a vida e obra do eterno Rei do Fado, recordando os seus passos e mantendo viva a sua memória.

 

Aguce a vontade para uma visita à Casa-Museu Fernando Maurício assistindo a uma visita virtual, no âmbito da rubrica Porta Adentro, e deixe-se guiar por Ricardo Gonçalves Dias, vogal do Executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior com o pelouro da Cultura:

 

 

 

Horário de funcionamento:

A Casa-Museu Fernando Maurício encontra-se temporariamente encerrada.

 

Morada:

Rua João do Outeiro nº12, Mouraria

1100-292 Lisboa

 

Informações e agendamento de visitas guiadas:

gcci@jfsantamariamaior.pt

210 416 316 (chamada fixa nacional)

 

 

 

FERNANDO MAURÍCIO, O REI SEM COROA

 

Um dos maiores símbolos do Fado castiço, Fernando Maurício nasceu no coração da Mouraria, na Rua do Capelão, a 21 de novembro de 1933. De uma família centenária do bairro, com apenas 8 anos começou a cantar numa taberna da rua onde morava, O Chico da Severa, traçando o seu próprio destino. Ainda em tenra idade, integrou a Marcha Infantil da Mouraria, sem poder adivinhar que viria um dia a ser padrinho da marcha do bairro que o viu nascer. A aprender o ofício de sapateiro e sem completar a instrução primária, os seus estudos viraram-se para as letras de Fado. Cantou nas mais reputadas casas de Fado de Lisboa, como o Café Latino, o Retiro dos Marialvas, Vera Cruz, Café Luso, a Adega Machado ou O Faia, como também n'Os Ferreiras ou n'O Cabacinha, entre outros. Reconhecido pela autenticidade com que interpretava o Fado, foi eternizado como "Rei do Fado".

Cantou durante cerca de 20 anos em programas de Fados na Emissora Nacional, na RTP, e gravou vários discos, dos quais se destacam De Corpo e Alma Sou Fadista (1984), Fernando Maurício, Tantos Fados Deu-me a Vida (1995), Fernando Maurício, Os 21 Fados do Rei (1997), Fernando Maurício na coleção O Melhor dos Melhores (1997), Fernando Maurício na coleção Clássicos da Renascença (2000) e Saudade de Fernando Maurício – Antologia 1961-1995 (2004).

Fernando Maurício foi uma figura incontornável na história do Fado de Lisboa e, no seu perfil humanista, cantou durante toda a sua vida em centenas de festas de beneficência por todo o país. Participou em inúmeros espetáculos fora das fronteiras do país e da Europa. Foi galardoado com o Prémio da Imprensa (1969), os Prémios Prestígio e de Carreira da Casa da Imprensa (1985/1986), o Diploma de Mérito da Associação Portuguesa Amigos do Fado e, ainda o título honorífico da Comenda de Bem Fazer (2001) atribuído pela Presidência da República. Tem uma placa evocativa na Rua do Capelão, descerrada por Amália, em 1989. Foi, em vida, homenageado duas vezes pelo município de Lisboa, a primeira, em 1994, no Teatro Municipal São Luiz, e a segunda, em 2001, no Coliseu dos Recreios. Em 2004, foi feita uma homenagem póstuma, «Boa Noite Solidão», já 2004. Anualmente, no domingo que sucede a data do seu falecimento, o Grupo Desportivo da Mouraria e a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior prestam tributo ao fadista, com uma Grande Tarde de Fados na Rua da Mouraria.

Em 2011, o cineasta, realizador e produtor Diogo Varela Silva realizou o documentário Fernando Maurício - O Rei Sem Coroa. No ano 2014, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior inaugurou um busto do fadista, em bronze, de autoria do escultor José Carlos Almeida. Na Rua João do Outeiro, desde julho de 2015, está aberta ao público a Casa-Museu Fernando Maurício, onde é possível conhecer todo o percurso do fadista, ouvir a discografia completa e redescobrir imagens de arquivo. A gestão do equipamento cultural cabe à Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e o trabalho museográfico esteve sob alçada do Museu do Fado.

Detentor de uma voz genuína e arreigado à sua raiz bairrista, é por muitos considerado o maior fadista da sua geração. Faleceu em Lisboa, a 15 de julho de 2003. A sua vida e obra criaram um mito eterno de uma das grandes referências do Fado em Portugal, que deixou legado em tantas outras vozes do Fado atual e fez nascer os mauricianos.

 

 

 

 

LISBOA MAURICIANA | Percorra a freguesia nos passos de Maurício