Prémio Literário Armando Baptista-Bastos

2024

 

CANDIDATURAS | 2ª EDIÇÃO

1FEVEREIRO-31MAIO

 

As candidaturas para a 2ª edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos decorrem entre 1 de fevereiro e 31 de maio de 2024. O Prémio Literário Armando Baptista-Bastos foi criado a 26 de outubro de 2022, no Dia da Freguesia. Trata-se de uma homenagem ao jornalista, escritor, cronista e olisipógrafo de coração, que viveu muitos anos em Alfama e embrenhou-se na vida e nas histórias deste bairro de Santa Maria Maior. Com esta iniciativa, a Junta de Freguesia pretende não só honrar a memória de Armando Baptista-Bastos, mas os próprios bairros e a cidade de Lisboa.

À semelhança da primeira edição, as obras a concurso devem ser inéditas e escritas em língua portuguesa, no domínio da prosa de ficção (romance ou novela), com um mínimo de 150 mil caracteres e submetidas de acordo com o estipulado em regulamento. Ao vencedor, anunciado no Dia da Freguesia 2024, será atribuído um prémio no valor pecuniário de 3 500€.

 

Regulamento | Prémio Literário Armando Baptista-Bastos 2024

 

Submissão de candidaturas por correio registado sob pseudónimo, contendo 5 exemplares impressos, e num envelope à parte a identidade do autor (nome, morada e contactos), para a morada do edifício-sede da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, sita na Rua da Madalena nº 151 R/C 1100- 319 Lisboa. Não serão consideradas as candidaturas que não respeitem o Regulamento do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, que sejam remetidas por vias alternativas ou fora dos prazos de candidatura estipulados.

 

Composição do júri:

Manuel Alberto Valente [Presidente] | Escritor e editor

Manuel Alberto Valente nasceu em novembro de 1945, em Vila Nova de Gaia. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, fez uma breve passagem pelo jornalismo, mas foi ao meio editorial que dedicou toda a sua vida.
Enquanto editor, passou pelas editoras Dom Quixote (1981-1991), pela Asa (1991-2008) e pela Porto Editora.
Como autor, além de colaborar em diversos órgãos da comunicação social (neste momento é cronista do semanário Expresso, relatando episódios e memórias da sua vida de editor), publicou quatro livros de poesia: “Cartas para Elina” (1966), “Viola Interdita” (1970), “Os Olhos de Passagem” (1976) e “Sete (Desen)Cantos” (1981), estando representado em diversas antologias nacionais e internacionais.
Em 2008, foi condecorado pelo governo francês com o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e em julho de 2021 foi agraciado com a Ordem de Isabel a Católica pelo Reino de Espanha “por toda a sua relevante trajetória e apoio aos autores e, em geral, à literatura em espanhol”.

 

Dulce Maria Cardoso | Escritora

Dulce Maria Cardoso nasceu em Trás-os-Montes, em 1964. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa. Publicou em 2001 o seu primeiro romance, “Campo de Sangue” (Prémio Acontece, escrito na sequência de uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura). Desde então publicou os romances: “Os Meus Sentimentos” (2005, Prémio da União Europeia para a Literatura), “O Chão dos Pardais” (2009, Prémio PEN Clube Português e Prémio Ciranda), “O Retorno” (2011, Prémio Especial da Crítica e livro do ano dos jornais Público e Expresso) e “Eliete” (2018, livro do ano no Público, Expresso e no JL, Prémio Oceanos e finalista do Prémio Femina).
É autora de duas antologias de contos: “Até Nós” (2008) e “Tudo São Histórias de Amor” (2014). Em 2014 foram publicados os seus primeiros dois livros infantis, na coleção “A Bíblia de Lôá”.
A sua obra é estudada em universidades de vários países, tendo sido objeto de várias teses académicas. Dulce Maria Cardoso tem contos e romances adaptados ou em fase de adaptação para o cinema e teatro.
Os seus romances estão traduzidos em várias línguas e publicados em mais de duas dezenas de países. A tradução inglesa de “O Retorno” recebeu, em 2016, o PEN Translates Award.
Em 2012, foi condecorada com as insígnias de Cavaleira da Ordem das Artes e das Letras da França. Assina, na Visão, a coluna “Autobiografia não autorizada” (crónicas publicadas em livro, em 2021 e 2023).

 

Maria João Cantinho | Poeta, crítica literária e ensaísta

Maria João Cantinho nasceu em Lisboa, em 1963, e viveu a sua infância em Angola. Regressou em 1975 a Portugal onde estudou Filosofia, na Universidade Nova de Lisboa. Mestre em Filosofia com a dissertação “O Anjo Melancólico” (1997) e doutorada com o título “Walter Benjamin, Melancolia e Revolução: a história secreta” (2011).
Atualmente é professora no ensino secundário e foi Professora Auxiliar no IADE entre 2011 e 2015. Membro integrado do Centro de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa (desde 2012), Membro Associado do Collège d’Études Juives et de Philosophie Contemporaine, é também Membro da Direção do Pen Clube Português, da Associação Portuguesa de Escritores, da Associação Portuguesa de Críticos Literários e do Conselho Editorial do Caderno do Grupo de Estudos Walter Benjamin. Colabora regularmente com a Revista Colóquio-Letras, com o JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, e em diversas revistas literárias e académicas. Publicou várias obras de ficção, poesia e ensaio e tem diversas publicações em antologias de poesia.

 

Ferreira Fernandes | Jornalista, cronista e autor publicado. Cofundador da Mensagem de Lisboa

Ferreira Fernandes nasceu em Luanda, em 1948. É um dos mais reputados jornalistas portugueses, tendo colaborado com o Diário de Notícias (do qual foi diretor), Público, Diário Popular, Visão e Sábado, entre outras publicações. Recebeu diversos prémios de reportagem, entre os quais o prémio Bordalo — Jornalista do Ano (Casa da Imprensa) e o prémio Jornalista do Ano (Clube de Jornalistas do Porto).
É autor dos livros “Frases que Fizeram a História de Portugal” (coautor, 2010), “Os Primos da América” (2012), “Lembro-me Que” (2014) e “As Eleições que Ninguém Queria Ganhar” (2015). No ano passado, publicou as “Crónicas de Lisboa”, “O Cais da Europa: Roger Kahan, refugiado, fotógrafo – Lisboa, 1940” e “Martim Moniz – Como o desentalar e passar a admirar”. Atualmente dirige um jornal digital local, a Mensagem de Lisboa.

 

Ricardo Gonçalves Dias | Pelouro da Cultura na Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. Autor publicado

Ricardo Gonçalves Dias nasceu em 1994, em Lisboa. Licenciou-se em Ciência Política e Relações Internacionais na NOVA FCSH. É mestrando em Políticas Públicas, no ISCTE. Integra o Executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior desde 2017, assumindo desde logo o pelouro da Cultura.
Em 2013, venceu o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian com a obra “O primeiro país da manhã” e, em 2015, o Prémio Jovens Criadores na área da Literatura. Publicou, em 2023, a obra “Marcha de Alfama – A história da força de quem canta”, onde cruza a história deste “fenómeno cultural” que é “o motor sentimental do bairro” com a vida de um dos bairros mais antigos de Lisboa, num livro que, pela primeira vez, descreve o percurso de uma Marcha Popular.

 

Sobre o patrono do prémio, Armando Baptista-Bastos:

Armando Baptista-Bastos nasceu na Ajuda, em 1934. Veio a falecer em 2017, aos 83 anos. Foi jornalista, cronista, romancista e ensaísta, escritor de referência a quem o também jornalista Adelino Gomes atribuiu um “estilo inconfundível”. Viveu grande parte da sua vida em Alfama, intitulou-se “um homem dos bairros” e foi dos maiores olisipógrafos do séc. XX, com vasta obra sobre a cidade. Foi inclusivamente Presidente da Comissão Administrativa de São Miguel imediatamente após o 25 de Abril.

Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Durante a adolescência, foi aprendiz de diversos ofícios: tipógrafo, torneiro mecânico, marceneiro, empregado de drogaria e empregado de confeitaria. Foi com o pai que descobriu o gosto pela escrita e pelo jornalismo e, com 14 anos, escreveu a sua primeira crítica social para O Diário Popular. Aos 19 anos, iniciou o percurso jornalístico no jornal O Século, chegando a subchefe de redação d’O Século Ilustrado, onde inicia um estilo inovador e polémico, com a coluna de crítica “Comentário de Cinema”.

Aos 25 anos publicou o primeiro livro O Cinema na Polémica do Tempo. Em 1969, lança As Palavras dos Outros, considerado por Fernando Dacosta uma “referência obrigatória”. A convite do Público, realizou algumas entrevistas sob o mote “Onde é que você estava no 25 de Abril?”, expressão que perdura no tempo.

Baptista-Bastos trabalhou no Diário Popular durante mais de 20 anos, foi cronista em diversos jornais, o Jornal de Notícias, A Bola, Tempo Livre e crítico no Jornal de Letras, Artes e Ideias, Expresso, Jornal do Fundão e Correio do Minho. Foi colunista do Público e do Diário Económico. Fundou o semanário O Ponto, que marcou a época, com a realização de 80 entrevistas. Na rádio, leu crónicas na Antena Um e na Rádio Comercial e foi o primeiro comentador das “Crónicas de Escárnio e Maldizer” da TSF. Fez os programas “Conversas Secretas” e “Cara-a-Cara”, na SIC.

Ficou conhecido como um homem de esquerda. Envolveu-se na “Revolta da Sé” e consequentemente foi despedido d’O Século. Foi nesta altura que conheceu Fernando Lopes, com quem trabalhou no filme Belarmino e para quem escreveu textos para noticiários e documentários da RTP. Trabalhou no Brasil durante o golpe de Estado que despoletou a ditadura militar brasileira, fazendo a cobertura para o jornal República, que é censurada.

É autor de mais de duas dezenas de livros A Bolsa da Avó Palhaça, A Cara da Gente, As Bicicletas em Setembro, Cão Velho entre Flores, A Colina de Cristal, O Cavalo a Tinta-da-China e No Interior da Tua Ausência.

Foi distinguido com inúmeros prémios: Feira do Livro (1966), Prémio Artur Portela (1978), Prémio Nacional de Reportagem/Prémio Gazeta (1985), Prémio Casa da Imprensa (1986), Prémio O Melhor Jornalista do Ano (1980 e 1983), Prémio Pen Clube (1987), Prémio Cidade de Lisboa (1987), Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários (2002), Prémio de Crónica da Associação Portuguesa de Escritores (2003), Prémio de Crónica da Sociedade da Língua Portuguesa, João Carreira Bom (2006) e o Prémio Clube Literário do Porto (2006).

 

Sobre a 1ª Edição.