Prémio Literário Armando Baptista-Bastos

CANDIDATURAS 17ABRIL-30JULHO

 

A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior apresentou, a 26 de outubro de 2022, Dia da Freguesia, o Prémio Literário Armando Baptista-Bastos. Trata-se de uma homenagem ao jornalista, escritor, cronista e olisipógrafo de coração, que viveu muitos anos em Alfama e embrenhou-se na vida e nas histórias deste bairro de Santa Maria Maior. Com esta iniciativa, a Junta de Freguesia pretende não só honrar a memória de Armando Baptista-Bastos, mas os próprios bairros e a cidade de Lisboa

 

As candidaturas para a 1ª edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos decorrem entre 17 de abril e 30 de julho de 2023. As obras a concurso devem ser inéditas e escritas em língua portuguesa, no domínio da prosa de ficção (romance ou novela), com um mínimo de 150 mil caracteres e submetidas de acordo com o estipulado em regulamento. Ao vencedor, anunciado no Dia da Freguesia 2023, será atribuído um prémio no valor pecuniário de 3 500€.

 

Regulamento:

Findo o prazo de consulta pública e até publicação em Diário da República, o projeto de regulamento permanece disponível aqui ou nos serviços da Junta de Freguesia, sitos na Rua dos Fanqueiros, 170-178, 1100-232 Lisboa.

As candidaturas que não respeitem o Regulamento do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos não serão consideradas.

 

Composição do júri:

Manuel Alberto Valente | Editor (Presidente)
João Soares | Figura do panorama político e cultural nacional
Maria João Cantinho | Poetisa, crítica literária e ensaísta
Ricardo Gonçalves Dias | Executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior – Pelouro da Cultura
Alice Vieira | Escritora e jornalista

 

Biografia:

Armando Baptista-Bastos nasceu na Ajuda, em 1934. Veio a falecer em 2017, aos 83 anos. Foi jornalista, cronista, romancista e ensaísta, escritor de referência a quem o também jornalista Adelino Gomes atribuiu um “estilo inconfundível”. Viveu grande parte da sua vida em Alfama, intitulou-se “um homem dos bairros” e foi dos maiores olisipógrafos do séc. XX, com vasta obra sobre a cidade. Foi inclusivamente Presidente da Comissão Administrativa de São Miguel imediatamente após o 25 de Abril.

Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Durante a adolescência, foi aprendiz de diversos ofícios: tipógrafo, torneiro mecânico, marceneiro, empregado de drogaria e empregado de confeitaria. Foi com o pai que descobriu o gosto pela escrita e pelo jornalismo e, com 14 anos, escreveu a sua primeira crítica social para O Diário Popular. Aos 19 anos, iniciou o percurso jornalístico no jornal O Século, chegando a subchefe de redação d’O Século Ilustrado, onde inicia um estilo inovador e polémico, com a coluna de crítica “Comentário de Cinema”.

Aos 25 anos publicou o primeiro livro O Cinema na Polémica do Tempo. Em 1969, lança As Palavras dos Outros, considerado por Fernando Dacosta uma “referência obrigatória”. A convite do Público, realizou algumas entrevistas sob o mote “Onde é que você estava no 25 de Abril?”, expressão que perdura no tempo.

Baptista-Bastos trabalhou no Diário Popular durante mais de 20 anos, foi cronista em diversos jornais, o Jornal de Notícias, A Bola, Tempo Livre e crítico no Jornal de Letras, Artes e Ideias, Expresso, Jornal do Fundão e Correio do Minho. Foi colunista do Público e do Diário Económico. Fundou o semanário O Ponto, que marcou a época, com a realização de 80 entrevistas. Na rádio, leu crónicas na Antena Um e na Rádio Comercial e foi o primeiro comentador das “Crónicas de Escárnio e Maldizer” da TSF. Fez os programas “Conversas Secretas” e “Cara-a-Cara”, na SIC.

Ficou conhecido como um homem de esquerda. Envolveu-se na “Revolta da Sé” e consequentemente foi despedido d’O Século. Foi nesta altura que conheceu Fernando Lopes, com quem trabalhou no filme Belarmino e para quem escreveu textos para noticiários e documentários da RTP. Trabalhou no Brasil durante o golpe de Estado que despoletou a ditadura militar brasileira, fazendo a cobertura para o jornal República, que é censurada.

É autor de mais de duas dezenas de livros A Bolsa da Avó Palhaça, A Cara da Gente, As Bicicletas em Setembro, Cão Velho entre Flores, A Colina de Cristal, O Cavalo a Tinta-da-China e No Interior da Tua Ausência.

Foi distinguido com inúmeros prémios: Feira do Livro (1966), Prémio Artur Portela (1978), Prémio Nacional de Reportagem/Prémio Gazeta (1985), Prémio Casa da Imprensa (1986), Prémio O Melhor Jornalista do Ano (1980 e 1983), Prémio Pen Clube (1987), Prémio Cidade de Lisboa (1987), Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários (2002), Prémio de Crónica da Associação Portuguesa de Escritores (2003), Prémio de Crónica da Sociedade da Língua Portuguesa, João Carreira Bom (2006) e o Prémio Clube Literário do Porto (2006).